quarta-feira, 27 de julho de 2011

CONSTELAÇÕES SISTÊMICAS NÃO SÃO ORDENS DE AGIR!

Observando a ansiedade dos cliente por uma solução rápida após as constelações, achei importante esclarecer algumas coisas...por isso escrevi esse texto. Boa parte dele retirei do livro do Bert "Para que o amor dê certo", da Editora Cultrix. Aceito complementações dos terapeutas sistêmicos!

Quando surgem novos temas ou uma nova imagem, não se deve agir imediatamente. Isso é muito importante. Não se deve tomar decisões imediatamente. Pois é a própria imagem que atua e depois de algum tempo deixa claro o que deve ser feito. Quando a pessoa age muito depressa, em geral se adianta à alma. Então a imagem se recolhe novamente. É importante NÃO tomar decisões precipitadas após o "resultado" da constelação (por exemplo: demitir um funcionário, sair do emprego, separar-se, casar-se, etc), e sim continuar fazendo e agindo EXATAMENTE como fazia antes da constelação, sem nenhuma alteração, para que os movimentos da alma entrem em ação espontaneamente até que, de repente, as coisas fiquem claras. Também é interessante não ficar falando para todo mundo o que aconteceu em sua constelação e/ou ficar tentando entender, questionando, procurando evidências, questionando a família, pedindo perdão e/ou desculpas para as pessoas envolvidas na estória.

Então, pode ocorrer umas mudança sem que a gente perceba imediatamente, às vezes nem temos consciência de que uma mudança aconteceu, embora muitas vezes as pessoas da família percebam que a pessoa está diferente!
A mudança ocorre naturalmente, por assim dizer, sem nenhuma pressão do próprio eu.

É importante saber também que o resultado de uma constelação NÃO SÃO ORDENS DE AGIR. Às vezes nossa ansiedade pensa algo do tipo assim: ISSO AGORA TEM DE SER FEITO ASSIM. E tentamos tentar agir forçadamente ou resolver tudo achando - no nosso amor infantil - que tudo será solucionado após uma atitude ou comportamento modificado.
Porém, isso seria muito ruim, porque desse modo a responsabilidade seria empurrada para o terapeuta, como se ele tivesse dito o que o cliente deve fazer e, se não der certo, a responsabilidade é do terapeuta também. O trabalho com as constelações não é milagroso e nem consegue resolver tudo, estamos sempre nos trabalhando e aperfeiçoando como ser humano.
Temos que entender que de uma constelação surge uma imagem, a qual o cliente deve deixar penetrar em sua alma. E essa imagem terá um efeito, pois, de repente, nossa alma consegue enxergar e ver: esse é o caminho!
Então, naturalmente, o cliente sente o que deve ser feito, então, não é uma atuação alheia, induzida de fora, senão uma ação que nasce da própria responsabilidade do cliente, que vem da própria alma. Isso é muito importante, valendo para todas as constelações.


Se após sua constelação você tiver sintomas ruins, dificuldades de tolerar alguma pessoa da família ou do sistema trabalhado no constelação, você deve fazer exercícios de respiração, conscientizar o tempo todo do momento presente, pensando e respondendo em voz alta o seu nome, a data do dia de hoje, o ano, etc. Você também pode dizer que  pertence a tudo aquilo que viu na sua constelação, mas que seu tempo agora é outro, que "você tem isso, mas não é isso", que não é pessoal. Perceber também que as dificuldades que seus pais e ou pessoas acima de você na família normalmente não têm nada a ver com você, são resultado dos traumas familiares.

É importante manter sempre a PRESENÇA, ou seja, manter-se no AQUI AGORA, sem ficar preso nas imagens do trauma familiar. Respirem MUITO, mas muito mesmo, coloquem a mão no peito e sintam esse conforto e acima de tudo, sinta a presença e a força de seus antepassados atrás de você. SEM JULGAMENTO.


Se for necessário, é recomendável nos casos mais difíceis realizar algumas sessões de intervenção com o terapeuta sistêmico após a constelação, ou, no caso, se você já tiver um outro terapeuta, você pode colocar os dois em contato e seu terapeuta pode assistir sua constelação e dar continuidade no processo trabalhado. Todas essas sugestões podem ajudar.


Lembrem-se...primeiro vem a ordem, depois vem o amor...o amor é a água e a ordem é o jarro que sustenta a água, sem o jarro, a água se esparrama, sem a ordem, o amor se esparrama também...

Um forte abraço e muita luz a todos!



sábado, 9 de julho de 2011

As Constelações Familiares e Organizacionais no Atendimento Individual

Muitos clientes que vão aos meus workshops ficam impressionados com o campo de ressonância que se forma e o movimento dos representantes não conseguindo entender como o trabalho sistêmico pode ser igualmente efetivo se realizado individualmente em consultório particular, ou seja, sem a colaboração de um grupo.

Por este motivo, resolvi escrever esse artigo para vocês na tentativa de esclarecer as dúvidas...e digo tentativa porque muitas vezes o trabalho sistêmico não se entende, se sente!Mas vamos lá!

Nosso corpo é um corpo de ressonância, ou seja, nós sentimos antes o que acontece, é como se sentíssemos o cheirinho de um bolo saindo do forno e ficássemos procurando de onde o cheiro vem, até encontrá-lo. Nós simplesmente sentimos e as informações estão todas ali disponíveis!

Cada indivíduo possui as informações dos genes de sua família. Além dos genes de sua família, ainda contém a herança epigenética com informações coletivas influenciadas pelo meio ambiente e pela natureza. Onde quer que estejamos, levamos conosco todas essas informações em nosso corpo.

No trabalho sistêmico, tanto em grupo como individual, trabalhamos com essas informações para auxiliar o cliente a tornar consciente o que está oculto no seu sistema e no seu corpo de ressonância, caminhando para uma possível “cura”, alívio e/ou entendimento da questão trazida.

Alguns clientes têm preferência pela constelação individual pela privacidade de não colocar em grupo a questão a ser trabalhada, por não precisar esperar formar um grupo para constelar, por ter a ajuda do terapeuta única e exclusivamente para ele – já que no grupo o terapeuta conduz e “cuida” de todas as pessoas presentes, por timidez, medo do julgamento alheio, pela maior aproximação do terapeuta, entre outros motivos. É necessário lembrarmos que qualquer cliente que chega para uma constelação sofre muito com algum problema, senão ele não chegaria, por isso cada um tem seus motivos para preferir a maneira de ser ajudado em seu processo.

O trabalho individual em consultório pode ser realizado com diversas técnicas, entre elas a visualização de imagens, a utilização de totens de madeira, bonecos de playmobil, âncoras de solo, almofadas, entre outros materiais sendo igualmente efetiva quanto o trabalho em grupo.

A diferença é que no trabalho individual apenas o terapeuta e o cliente entram no campo de ressonância do cliente, conseguindo sentir o que está bloqueado e emaranhado. Assim o cliente juntamente com o terapeuta posicionam e movimentam os bonecos (ou outro material) e vão percebendo que efeitos essas intervenções podem causar no corpo, no pensamento e na respiração de ambos.

No seu livro “Quando eu fecho os olhos eu vejo você” sobre atendimentos individuais, a Dra. Ursula Franke ressalta que há mais sutileza e profundidade ao trabalhar com o olho da mente, diferente do que experimentamos quando trabalhamos com representantes. O cliente é capturado ao olhar para os bonecos em cima da mesa e consegue sentir, visualizar e perceber as sensações e sentimentos das pessoas de seu sistema envolvidas naquele determinado assunto. É impressionante e funciona!

O trabalho em consultório também pode ser realizado gradativamente, ou seja, com sessões semanais, quinzenais ou mensais – de acordo com a necessidade e evolução do cliente – aonde o conhecimento sistêmico vai sendo passado pelo terapeuta sistêmico e absorvido pelo cliente, tocando sucessivamente em temas e dinâmicas diferentes. Esse processo é muito interessante, pois os terapeutas sistêmicos trabalham diferente dos terapeutas tradicionais, que preferem um ritmo semanal com intervalos de tempo menores. O terapeuta sistêmico utiliza a terapia breve orientada para solução, utilizando-se de poucas sessões em intervalos maiores de tempo, o que pode ser mais econômico e/ou vantajoso quando o cliente não tem disponibilidade de tempo, paciência e simpatia com sessões semanais. Dessa forma, os clientes se sentem responsáveis por si mesmos, seguindo sua própria intuição e comparecendo no momento em que se sentem motivados para expor novamente seus problemas, permanecendo adultos e sem depender de seus terapeutas.

É importante ressaltar que são apenas diferentes maneiras de se trabalhar, o que NÃO significa que uma maneira seja melhor ou pior que a outra, até porque grande parte dos clientes ainda não consegue ter essa independência e precisam do apoio semanal de seus terapeutas, o que pode ter inclusive relação com sua questão principal e trauma familiar.

Aproveito para manifestar meu grande respeito e gratidão pelos terapeutas tradicionais, dos quais necessitei semanalmente durante vários anos no meu processo pessoal como ser humano e terapeuta. Meu MUITO OBRIGADA a todos vocês!
Termino esse artigo por aqui – espero que possa ter esclarecido um pouco das dúvidas a respeito do trabalho sistêmico, que vem crescendo a cada dia que passa. No que precisarem, estou disponível nos workshops mensais ou no consultório que fica na Rua João Pires, nº 867 – Centro – Atibaia – SP. Telefone: (11) – 44021418.

“Quando entramos no sombrio, ele deixa de ser sombrio e se torna amor!”